Luiz Carlos Borges
Este
trabalho, sobre o Instituto Cultural Inhotim, trata das relações desse Museu
com sua história e, em especial, com a extinta Comunidade do Inhotim; qual
seja, analisa a produção de uma endohistória relativamente assimétrica à sua
exohistória. Para tanto, propõe uma análise crítica do Inhotim Museu enquanto
ente social e, mais particularmente, na condição de intelectual coletivo
estruturado em discurso competente, logo, autoritário. O exame histórico
intenta mostrar que a apropriação tempo-espacial e o silenciamento simbólico
são inerentes à própria instituição do Museu e, como tais, são componentes de uma
violência sistêmica que se expressa na forma de encobrimento,
deslocamento/transfiguração de significantes históricos e representativos e,
finalmente, na entronização de memórias. Desse modo, a endohistória do Inhotim
mostra a existência de uma distância entre o sujeito-da-narrativa museal e o
sujeito-do-discurso histórico e é justamente essa distância constitutiva e, em
última instância, não percebida ou denegada que constitui o cerne da relação
entre o Museu e sua história. Enfim, ao atravessar a autorrepresentação do
Museu do Inhotim como um lugar privilegiado para a contemplação da beleza, uma
espécie de função órfica do museu, a análise museológica aqui proposta objetiva
por a descoberto e compreender as estratégias discursivas mediante as quais o Museu
do Inhotim se autorrepresenta e se apresenta para a sociedade.
#Museu #Memória #Silêncio #Musealização #Representação.
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